Memória

20/07/2015 01:29

    Palavra cheia de significados... Tantas vezes buscamos espaço para nossos diversos tipos de memórias. Memórias curtas, felizes ou tristes.  Quando nos empolgamos enchemos nossos dispositivos de aplicativos, fotos, programas, vídeos. Enchemos nossas memórias de coisas desnecessárias e volta e meia, temos que fazer uma limpeza. Tirar o lixo. Excluir conversas do Whats’app, coisas que não usamos mais, músicas que deixamos de escutar, fotos que não mais precisam estar lá. No computador é quase a mesma coisa. Enchemos a memória numa velocidade luz, afinal, aparentemente tudo é importante. Ou você guarda lá, pra usar em algum momento.

    Na mente, a cada segundo existe uma nova memória. Ela fica guardada em pequenos globos coloridos para, no fim, com o passar do tempo, cair no escuro buraco do esquecimento. Sim, muito do que você já viveu você não lembrará. Não lembrará porque tudo o que não é tão relevante assim a gente esquece. A gente exclui igual quando vai limpar o celular. Porque uma hora não dá mais. Uma hora a mente está tão cheia que é difícil pensar. E então vem uma mensagem dizendo que, se não limpar algo, não conseguirá absorver mais nada. Sabe identificar a mensagem? É simples. É quando de tão exigida, a massa cinzenta às vezes não consegue mais funcionar direito e você já não consegue mais decidir. Quando tudo parece escuro, e a complexidade de quem você pensa ser está... perdida. Quando não mais você consegue correr do mal que te assombra, do monstro da inconstância. Sim, uma hora as coisas estão estranhas. Mas você pode restaurar-se novamente. Sim, pode sim. Basta tirar um tempo para fazer uma faxina. Faxina de sentimentos, faxina de obrigações, faxina do desnecessário. Faxina daquilo que agora não te faz bem. Por que só assim, quando você consegue limpar e sentir cheiro de purificação do sujo para o belo é que você pode encontrar o que estava perdido na bagunça. Só assim pode olhar e, mesmo cansado, apreciar. E, quando tudo está organizado novamente, você pode sorrir e começar a encher o espaço vazio e começar a bagunçar tudo de novo.

 

Afinal, qual é a graça de liberar espaço se não for para preencher depois?

Caroline Lopes

2015